É com muita alegria que comunicamos a celebração do Termo de Fomento nº969898/2024 entre o Ministério de Desenvolvimento Agrário/Secretaria da Mulher Rural (MDA/SMR) e a Rede Vencer Juntos para executar um projeto no âmbito do Programa Quintais Produtivos Mulheres Rurais. O Projeto, com duração de 24 meses, será executado em sete territórios de interior na Bahia (3), Ceará, norte de Minas Gerais, Paraíba e Pernambuco pela Rede Vencer Juntos com oito Organizações da Sociedade Civil com muita experiência no trabalho comunitário de apoio à agricultura familiar e organização de fundos rotativos solidários.
Na Bahia, contamos com a parceria da ALVA — Associação Lutar pela Vida em Abundância no Extremo Sul (Teixeira de Freitas), ARESOL – Associação Regional dos Projetos Solidários de Geração de Renda em Monte Santo e CACTUS — Associação de Assistência Tecnica e Assessoria aos Trabalhadores Rurais e Movimentos Populares em Senhor do Bonfim; no Ceará, o projeto será executado com a APROVEJ – Associação dos Projetos Vencer Juntos, com sede em Aracati; em Minas Gerais, a parceira será a ASVEJ – Associação Solidária Vencer Juntos com sede em Montes Claros; na Paraíba o projeto ficará sob a co-responsabilidade do SPMNE – Serviço de Pastoral dos Migrantes – Nordeste e em Pernambuco, o CEDAPP – Centro Diocesano de Apoio ao Pequeno Produtor com sede em Pesqueira assumirá parte da responsabilidade pela execução. A Fundação Grupo Esquel Brasil, parceira de longa data que viabilizou a incubação da Rede Vencer Juntos, participará da gestão do projeto, oferecendo acesso ao escritório central e sistemas de gestão.
O projeto oferecerá investimentos produtivos, capacitação e assessoria a 400 mulheres rurais organizadas em 42 organizações comunitárias para implantar ou ampliar quintais produtivos, agregar valor através do beneficiamento de produtos, acessar mercados, inclusive o PNAE, para comercializar parte da produção, e se qualificar para assumir cargos de direção nas associações locais. As organizações das mulheres receberão formação e assessoria para acessar outras políticas públicas e linhas de crédito para dar continuidade ao trabalho ao encerramento do projeto. O objetivo é de promover a autonomia econômica das mulheres, melhorando a renda, a segurança alimentar e fortalecer a organização comunitária.
As mulheres atendidas são agricultoras familiares, uma parte é remanescente de comunidades quilombola, outra parte é assentada da reforma agrária, atingida por barragens e extrativista. A grande maioria está inserida no Cadastro Único.
A parceria Esquel Brasil e Associação Jaguaracambé
A Fundação Grupo Esquel Brasil é parceira da OSC Jaguaracambé no projeto de Avaliação Sanitária de Carnívoros Silvestres, desenvolvido desde 2022, em parceria também com a Secretaria do Meio Ambiente do Distrito Federal (SEMA – DF) O projeto tem o objetivo de contribuir com informações sanitárias a respeito das espécies de carnívoros circulantes no Cerrado, a partir da pesquisa e investigação de agentes infecciosos que podem ser encontrados tanto em animais selvagens, quanto domésticos que circulam em unidades de conservação e áreas preservadas da região do Distrito Federal. Esses dados são necessários e de extrema relevância tanto para a promoção de estratégias mais eficientes de conservação de espécies da fauna, quanto para o estabelecimento de políticas diretamente associadas à saúde pública.
A Jaguaracambé – Associação para a Conservação da Biodiversidade é uma organização da sociedade civil (OSC), no seu objetivo de desenvolver e apoiar ações para a conservação da biodiversidade, trabalha em linhas de pesquisa que incluem o desenvolvimento de projetos científicos e educacionais. A organização é formada por pesquisadores, educadores, especialistas em tecnologia e um time de voluntários que, juntos, trabalham pela conservação das espécies com o objetivo de contribuir para a manutenção da saúde única.
Para mais informações a respeito dos projetos da OSC Jaguaracambé acesse o site www.jaguaracambe.org.
Conferência CoP26: Mais uma vez a hora de ousadia e de responsabilidades para enfrentar causas e consequências das mudanças do clima? Se não for agora, quando será?
De 31 de outubro a 12 de novembro de 2021 acontecerá mais um encontro global do regime multilateral de mudanças do clima, a 26a Conferência das Partes (CoP26)[1] da Convenção Quadro da ONU e que terá também plenárias de negociações e deliberações do Acordo de Paris (CoP funcionando como Reunião das Partes do Acordo de Paris – CMA).
Segundo o IPCC – Painel Internacional que reúne cientistas de todo o mundo, será necessário “zerar” globalmente as emissões de gases de efeito estufa até 2050, para poder ter probabilidade razoável de se limitar o aquecimento do planeta em 2° C (incremento da temperatura média global) neste século. Tal temperatura média global pode corresponder a aumentos de 4 a 8°C em algumas regiões do planeta, inviabilizando não somente as condições de vidas humanas, e suas atividades econômicas, sociais e culturais, mas também afetarão a integridade de processos ecológicos essenciais.
Esses acordos globais evidenciam os enormes e complexos desafios para alterar os padrões de desenvolvimento em diversas áreas, destacando-se produção e uso de energia, transporte e mobilidade, uso e conservação de bens e serviços ecossistêmicos (notadamente de florestas de todos os tipos). Mas as sessões e negociações anteriores de tais acordos também deixaram claro as barreiras políticas, econômicas e culturais para buscar soluções efetivas, justas e solidárias de mitigação de emissões antrópicas de gases de efeito estufa, por um lado, e de promover as urgentes, inadiáveis, iniciativas de adaptação aos efeitos irreversíveis dos impactos das mudanças do clima, sobretudo para regiões e comunidades mais vulneráveis (do ponto de vista ecológico, econômico, social e ou demográfico).
Em jogo, prevalecem ainda forças e interesses de natureza econômica, que buscam impor às gerações atual e futuras deste século XXI, as suas expectativas de manter e ou ampliar, no curto prazo, os ganhos privados da exploração insustentável e injusta dos bens planetários. Em cada CoP ficam evidentes também quem são os agentes da inércia contra as necessárias evoluções dos sistemas econômico, político e cultural, para erradicar a pobreza e a desigualdade, por um lado, e promover integridade e sustentabilidade no uso dos bens ambientais. As tensões revelam também, seja na CoP-26 e em outros regimes multilaterais, a responsabilidade dos Estados Nacionais em prevenir danos ambientais para a humanidade, o que implicaria na ação concreta para evitar efeitos e impactos das crises ambiental e climática, da pobreza e da desigualdade, faces diversas da crise civilizatória.
A emergência climática planetária requer ações necessárias, eficazes e ambiciosas para mitigar suas causas e, urgentemente, adaptar-se aos efeitos das mudanças do clima, sendo que alguns efeitos já são irreversíveis. Ações que observem a prevalência de direitos fundamentais, a salubridade e integridade dos serviços e funções de ecossistemas, a atuação cidadã, a democracia e as transformações para padrões econômicos de produção e consumo ética e ambientalmente sustentáveis.